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imagem retirada daqui
existem, em portugal, 23 partidos políticos inscritos no tribunal constitucional – já incluindo o benjamim aliança.
temos um sistema multipartidário, o que trocado por miúdos quer dizer que vários partidos podem governar o nosso país com uma maioria política (número de deputados eleitos para a assembleia da república) ou através de coligações ou acordos entre partidos – realidade vivida nos últimos governos em portugal.
a questão que inquieta a minha reflexão sobre esta temática prende-se com o facto de como podemos nós, portuguesas e portugueses, dizer de forma recorrente que não há alternativa política em portugal quando existem 23 partidos políticos?!
e embora seja também recorrente ouvir “são todos iguais”, numa total descrença nas promessas políticas e na capacidade de mudança, vemos que em pouco mais de 40 anos houve um desencantamento com a liberdade de escolha trazida pela democracia.
há ou não escolha em portugal?
há ou não vontade de conhecer quais são essas escolhas?
penso muitas vezes se estamos interessados e disponíveis para conhecer efetivamente o que cada partido político defende para o estado e quais as estratégias de mudança/melhoria que propõe.
estamos em ano de eleições, europeias (eleição dos deputados ao parlamento europeu – 26 de maio) e legislativas (eleição da assembleia legislativa da região autónoma da madeira – 22 de setembro, eleição da assembleia da república – 6 de outubro). ainda não começaram “oficialmente” as campanhas eleitorais mas sabiam que “há um período (…) (de aproximadamente 12 dias) em que os partidos/candidatos têm direito a meios específicos de campanha, nomeadamente a tempos de antena na televisão e rádio, a espaços adicionais de afixação de propaganda e à utilização de salas de espetáculo e recintos públicos”? mas apesar disso sabemos que nas agendas políticas – pelo menos - desde o orçamento de estado as eleições de 2019 estão bem presente. embora a comissão eleitoral seja responsável pela igualdade de oportunidades no acesso aos meios de campanha eleitoral, em boa verdade a visibilidade ao nível da comunicação social é dada a quem detém o poder ou quem lhe faz oposição em voz audível – e para ter esta voz, por regra, tem de se ter lugar na assembleia da república.
quiçá por este motivo não temos noção de todos os partidos políticos existentes. mas, sobre aqueles que conhecemos, ou sobre os que vamos ouvindo falar na comunicação social, o que sabemos? conhecemos a sua visão sobre o desenvolvimento económico ou sobre o estado social?
surge, assim, na minha mente, a questão: votámos em consciência ou votámos por hábito?
será que sabemos o suficiente sobre aqueles em que votámos? será que explorámos genuína e conscientemente todas as alternativas antes de escolher? será que somos cordeiros que fomos inconscientemente interiorizando a voz mais audível (na comunicação social, nas redes sociais, …) e que votámos como não pensantes?
Não falamos da actualidade, do acontecimento. Nem opinamos sobre uma notícia.
Falamos de política num estado mais puro. Sem os seus actores principais, os políticos - o que torna o ar mais respirável. E os postais sempre actuais; por isso, com as discussões em aberto.
A discussão continua também nos postais anteriores, onde comentamos sem constrangimentos de tempo ou de ideias.
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