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Estado: o tamanho importa!

por Eduardo Louro, em 26.01.19

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Um dos grandes temas de discussão do Estado tem a ver com as medidas que lhe marcam as dimensões. Sim, o tamanho importa!

Quando se trata de se lhe discutir o tamanho, os campos dividem-se entre os que defendem um Estado grande, capaz de marcar presença em tudo, ou quase tudo, e os que defendem um Estado pequenino, mínimo, que se limite a ver passar os comboios. Aos primeiros chamam-lhes, na melhor das hipóteses - porque há mesmo quem lhes chame nomes mais feios - keynesianos; aos segundos, liberais, inspirados no velhinho "laissez faire, laissez passer", com os devidos upgrades que lhes acrescentou o prefixo neo no rótulo. 

Os neo-liberais pretendem que o Estado lhes deixe fazer tudo o que lhes apetece. Que os deixem fazer mas, acima de tudo, que os deixem passar. Por cima de tudo, à vontade... À vontadinha. Que nunca lhes atrapalhe a vidinha!

Um Estado pequenino, maneirinho?

Nada disso, por muito que garantam que é isso mesmo. Pequenino, só para os outros. Para eles querem-nos bem grande e, mais do que grande, bem musculado. Para que mantenha bem limpo o caminho por onde querem passar sem qualquer tipo de dificuldade. E se para isso for preciso bater, é bom que tenha bons músculos...

Em tudo o que passe disso, acham que o Estado só atrapalha. Que é um monstro insaciável, que mais nada faz que consumir os recursos da economia, capaz de destruir a riqueza que só eles produzem, sem precisar de mais ninguém. E que ninguém melhor que eles sabe distribuir... Por isso é que há offshores. E por isso é que mudam as sedes das suas empresas para Estados que atrapalhem menos.

Os keynesianos dizem...olhe que não...olhe que não. Há coisas em que se não devem meter... O Estado tem que regular a vossa vidinha, e tem que intervir na economia. Quanto mais não seja para investir quando vocês não estão para aí virados, para que não entre tudo em parafuso. 

E para isso o Estado não pode ser uma coisa estrelicadinha. Nem tem que se preocupar com os estereotipados 80x60x80, até porque precisa de mamas grandes. Que vocês também não largam ... Uma delas chama-se Estado Social, e tem que estar sempre bem aviada, o que vos dá também muito jeito. Enquanto deitar, ninguém vos atrapalha a vidinha!

 


9 comentários

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De Sarin a 26.01.2019 às 00:41

Correndo o risco de termos um Estado semi-mastectomizado, não se arranja um compromisso entre o que o Estado deve assegurar, o que o Estado deve regular, e o que o Estado não tem nada que meter o bedelho? Quando chegarmos ao Orçamento de Estado a coisa vai fazer sofrer, que eu cá não sou economista mas sou um bocado avara com os dinheiros do erário :s
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De Sarin a 26.01.2019 às 00:44

Coitado do Estado, sem uma mama, e com uma mão-de-vaca e outra mão-larga... caramba, só lhe falta pé-chato na televisão :D 
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De Eduardo Louro a 26.01.2019 às 01:00

O quê? Até já uma mama lhe roubaram? E eu a pensar que só lhe roubavam armas e bancos...
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De Sarin a 26.01.2019 às 01:08

Eu é que me propus cortá-la. E ter uma mão-larga para o fundamental e uma mão-de-vaca para o social. Ité.
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De Eduardo Louro a 26.01.2019 às 00:57

Pois é. No raio do compromisso é que está sempre o busílis. Passamos a vida a fazer que corremos atrás dele ... Até parece que o queremos agarrar, mas nunca lá chegamos... 
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De Sarin a 26.01.2019 às 01:05

Mas aí é que está: assediam-no, correm atrás dele, tentam agarrá-lo... e conseguem! Violação de grupo, e não há tribunal popular que os condene!!!!!!
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De mami a 26.01.2019 às 08:04

o estado social tem de ser bem apetrechadinho e de belo sorriso, mas isso não quer dizer que o seu objetivo seja o de manter os líderes no conforto dos seus lugares...enquanto assim se organizar não servirá o seu real propósito e não será imparcial ou justo.
as palas, sempre me incomodaram as palas! 
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De Eduardo Louro a 26.01.2019 às 15:41

"Bem apetrechadinho"... É isso! 
Para servir o seu real propósito... Que não pode ser outro que promover uma sociedade justa, de iguais oportunidades para todos, e  que não deixe para trás os que, mesmo assim, não consigam aproveitar as que lhe são garantidas. 
Era simples. Mas não é...

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