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Despotismo esclarecido – uma hipótese?

por júlio farinha, em 25.01.19

O problema da democracia formal não é a inexistência de elites esclarecidas que possam governar mas reside nos eleitores. A  impreparação destes para escolher é manifesta. Concorrem para esta impreparação muitos factores entre os quais se distingue a iliteracia, a alienação e a sub-cultura. Nestas condições é improvável que os eleitores escolham os melhores para governar. Que podemos esperar durante os próximos tempos para Portugal? Ou as coisas continuam na mesma - o poder tem mecanismos para se perpetuar no poder, ou chegará uma altura em que os debaixo já não suportam viver mais na sub-miséria e dá-se uma Revolução ou tumultos sociais de envergadura, ou então há que recuperar ideias intemporais que constituam uma alternativa viável para a situação. Hoje, abordarei a hipótese de se constituír em Portugal um regime de despotismo esclarecido.

O despotismo esclarecido foi modalidade de governo no século XVIII em alguns países da Europa, nomeadamente na Áustria, Prússia,Rússia, Espanha  Por cá também fez figura pela mão e cabeça do Marquês de Pombal.

Estes governos deram forma aos respectivos estados centralizados. Já não têm sequer teias de aranha. No seu lugar surgiram por todo o lado os modernos estados e governos absolutistas. Um deles é o ficcionado estado democrático chefiado por verdadeiros monarcas da república. O exemplo mais caricato da "representatividade" destes novos poderes que deviam por definição ser liberais é o study case dos EUA onde, por erro de casting dos votantes norte-americanos e mercê da habilidade técnica dos russos , está no poder uma trumpalhada de se lhe tirar o chapéu ou o boné se for fala de povo.

O antigo despotismo esclarecido foi uma forma privada e privativa de governar os assuntos públicos. Foi um regime absolutista? Sim. Só que ilustrado. O estado assentava no monarca de poder absoluto - ao arrepio daquilo que defendiam os iluministas – cuja justificação foi esclarecida por Thomas Hobbes no seu Contrato Social

Os contributos essenciais para a inspiração e realização de tais poderes foram oferecidos pelos iluministas dos quais destaco Kant e Voltaire.

O despotismo esclarecido foi beber ao iluminismo a ideia que o homem devia conferir todo o poder à Razão a qual predominaria sobre a Fé das religiões. Esta concepção rompia com a tradição medieval. O iluminismo tentou difundir as perspectivas filosóficas, sociais e políticas por todos os domínios da crítica da Razão sobre todos os campos do conhecimento. Tratava-se, nomeadamente, de desmoronar ideias feitas herdadas do passado e que resistiam à crítica. As ideologias religiosas não foram excepção. Em seu lugar deviam vir à luz as ideias do progresso e da luta pela perfeição e pelo conhecimento amplo e profundo.

Os iluministas não conseguiram evitar o absolutismo com o qual não concordavam. Aceitando embora o monarca poderoso diziam que este devia ser "vigiado" por um Conselho ou Constituição.

O ideal iluminista teve grande impacto. Foi a partir dele que se iniciou o fim do colonialismo e se procurou atenuar a preponderância do absolutismo e promover o liberalismo económico versus mercantilismo. Em França estas ideias e práticas levaram ao grande movimento universalmente conhecido por Revolução Francesa (1789). Também data deste período tão intelectualmente rico a publicação da famosa Enciclopédia Francesa (1751-1780) organizada por Diderot e D`Alembert (35 volumes). Tem o sugestivo título de Encyclopédie ou Dictionnaire raisonné des Sciences des Arts et des Métiers.

Como já se viu, o despotismo esclerecido não   adoptou todas as sugestões dos iluministas. Governaram absolutamente  pela mesma razão que os políticos actuais vão para o poder – para se servir à manjedoura do orçamento. O poder absoluto é de facto um problema que tem que ser resolvido. Talvez o soberano não tenha que ser soberaníssimo e haja que o rodear de iluministas ou, no presente, por uma elite esclarecida. De resto, voltando atrás, o absolutismo de que se vem falando promoveu as ideias de progresso, reforma e filantropismo.

Nos dias de hoje não encontro outros obstáculos nem razões para que não se adopte a figura do Estado absolutista presidido por uma figura de grande , plural e profundo saber e sensatez. Não me repugna até  mesmo ter como primeira figura do Estado um soberano (não de cadeia dinástica) que se reúna de um pequeno grupo de assessores promovidos localmente e/ou escolhidos por ele próprio que leve o Estado às seguintes intervenções: modernização do sector produtivo com especial enfoque na agricultura, na indústria e no comércio, nacionalizando grande parte desses domínios considerados estratégicos; combate às desigualdades económicas e sociais, irradicação da pobreza através do crescimento económico; promoção de uma ampla educação de adultos nas várias áreas do saber e formação para a cidadania: colocação dos órgão de comunicação sob a alçada do Estado como forma de uma séria e profunda educação pública.

Este tipo de Estado, conseguidos os objectivos a que se propõe terá tendência para acabar devido à criação de autonomias. Quando não houver necessidade de qualquer estado por já não existirem classes dominantes e dominadas estaremos numa sociedade ideal: sem classes. Nesta nova sociedade, que germina nos escombros da velha  e que teve no filósofo e economista Karl Marx uma figura de grande porte teórico-prático. Nessa nova sociedade o trabalho será  um prazer sempre e não um fardo pesado, cada um terá tempo para fazer o que mais gosta individualmente falando, não haverá conflitos nem guerras só diversidade na unidade pacífica.

Não sei se esta reflexão é tão utópica que não valha a pena deter-mo-nos nela. A mim dá-me prazer pensar que  é possível. Se o não for no nosso tempo que o seja no dos nossos descendentes. Por mim vou-me preparando e pensando que para lá me devo dirigir. A ideia quando racional é real, como dizia Hegel.

Se notarem alguma incongruência que anule ou limite a racionalidade desta proposta digam qualquer coisinha.

 

 


60 comentários

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De José Leal a 25.01.2019 às 12:42


Eu não quero ser desamancha prazeres, mas já ouviu aquela expressão: a cópia é sempre pior que o original. :)



Eu aponto dois erros de análise na construção:

1) isto já foi tentado e não resultou, e não vejo um verdadeiro esforço genuíno de tentar perceber porque não funcionou
2) o sucesso continua a estar dependente de um tão elevado número de pressupostos a verificar, que do ponto de vista científico (e racional) a hipótese perde toda a validade.



Creio que o que se passou no iluminismo, e por natureza continua a repetir-se hoje, foi a apropriação ideológica do método científico.


Irei postar algo sobre isto hoje, ainda que não tão bem preparado como o que o Júlio.


Apreciei muito a leitura do artigo, e peço-lhe desculpa se porventura estarei a ser em algum momento injusto, pois só temos acesso ao que cada um escreve e não ao que cada um pensa.


Sinta-se livre para criticar o que escrevi.


Quanto à pergunta de qual seria o método mais racional, penso que seja mesmo o método monárquico, pois num cenário ideal serão as pessoas melhor preparadas. para o serviço público.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 22:42

Excelente o teu vídeo,Pedro. Tomei notas para usar a posteriori.Obrigado.
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De júlio farinha a 25.01.2019 às 23:16


Caro José Leal,
Agradeço o seu comentário e os contributos associados.
Se o regime sinalizado não funcionou em todos os países onde foi tentado devo discordar da sua opinião.
1) Funcionou, embora parcialmente. A meu ver isso deveu-seao facto de não se respeitar as premissas dos iluministas, nomeadamente no que toca à liberdade individual e à consideração da existência de elites de que falo; 2) A hipótese só perde toda a validade se não considerar a existência dos pressupostos basilares ou se houver forte contradição no raciocínio ou se os próprios pressupostos forem falsos. Creio não ser o caso.
Não sei se houve apropriação do método científico pelas ideologias ou, ao invés, se foi este método que impulsionou tais regimes. Podemos considerar uma relação dialéctica entre as duas ocorrências.
Não foi justo nem injusto.Disse o que pensava e nós valorizamos isso. Bem haja.
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De Vorph "ги́ря" Valknut a 25.01.2019 às 15:11

Só uma questão, Júlio:


O Estado Novo não foi um regime governado pelas elites? Afinal todos os ministros, incluindo o Presidente do Conselho, provinham da Academia, da Universidade.


Eu nada tenho contra o despotismo, desde que seja eu a mandar...ou vá lá eu, ou o Frederico da Prússia
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De júlio farinha a 25.01.2019 às 23:24

Não Pedro, não foi. As elites a que me refiro caracterizam-se por ter estatura humanista e os valores situados nos antípodas das equipas fascistas.As elites que se formaram nos ideais da Revolução francesa e nos ensinamentos dos iluministas são bem outros. Não basta ter canudo para se pertencer à elite sugerida.
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De Sarin a 25.01.2019 às 15:17

Adianto já que li o texto de relance, mas estou a tentar acompanhar os postais no próprio dia. Voltarei cá assim que oportuno. Mas, entretanto, pergunto-te: quem designa os iluminados, quem define quais são as elites? Noto evidente, gritante, o risco do dogma, da sacralização da ideia defendida e a consequente cristalização de determinada ideia, indivíduos, no poder, num processo afinal tão contrário ao método científico.  
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De Vorph "ги́ря" Valknut a 25.01.2019 às 15:50


Eu avanço já com um proposta. Eu, como Mordomo-mor, a Gaffe como Fisica-mor , tu, como Sumiler, a Não, como Aia da rainha, e o resto é corrido a Escudeiro/a...
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De Gaffe a 25.01.2019 às 16:28

Só concordo se for tratada por Sua Alteza Sereníííííííííííííííímaaaaaaa. 
... Ou vá, Princennnnnnza. 
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De Sarin a 25.01.2019 às 17:23

Mlle Gaffe, saiba que nunca conseguiria dar-lhe tal tratamento. Tenho um problema, a minha irmã foi operada às 'nóides quando criança, mas ambas comemos muito gelado e nenhuma ficou com a fala nasalada. Tentá-lo exige esforço que não convém pedir a quem é responsável pelos vinhos.........
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 00:50

Sua Alteza parece-me bem. Tem todo o perfil iluminado.
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De Sarin a 25.01.2019 às 17:19

Se me for entregue a soberania sobre as adegas e acesso ilimitado àa bibliotecas do reino, feito.


Nem preciso que me chamem Alteza nem outro nome. Aliás, até prefiro que não me chamem de todo e me deixem em paz. :)))
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De júlio farinha a 25.01.2019 às 23:30

No video que o Pedro nos enviou inserido no comentário a José Leal pode ouvir-se a resposta. "A ciência sabe quem são os melhores".Para escolher as elites deve seguir-se o princípio do mérito.
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De Sarin a 25.01.2019 às 23:34

Mas quem escolhe? Uma assembleia? Todos os cidadãos? Um monarca?
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De Vorph "ги́ря" Valknut a 25.01.2019 às 15:59


A ideia quando racional é real, como dizia Hegel…


Antes diria, a Ideia quando complexa tem boas hipóteses de ser real. 
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De Sarin a 25.01.2019 às 17:42

Não me parece que Hegel o tenha dito num contexto de penso, logo existo.




Para ser real não lhe basta ser racional, tem de ser exequível. Ou não passará de energia potencial.
O Despotismo esclarecido é exequível, já se viu que sim. Mas não significa que seja eficaz. Menos ainda, que seja motor de melhoria contínua.
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De júlio farinha a 25.01.2019 às 23:31

A citação completa é: "Todo o real é racional, todo o racional é real".
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De Sarin a 25.01.2019 às 17:35

Outras questões, agora que pude reler: além da questão das elites, como levas os cidadãos a aceitar tal regime? Como prevês a reacção do Estado à insurgência, à contestação? Antes disso, como propões a troca da Democracia pelo Despotismo?


E as relações internacionais? Como reagirão?


Proponho-te fazeres tal exercício partindo da premissa de que as pessoas serão exactamente o que são.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 00:00

Hoje já é manifesto o desencanto da população face à chamada democracia representativa -ver os índices de abstenção. A opinião pública tem tendência a modificar-se mercê da influência da imprensa livre e de movimentos sociais , intelectuais e culturais progressistas e de uma educação informal promovida por grupos de activistas não comprometidos com o actual sistema. As condições de vida, prevejo, não melhorarão significantemente no futuro, antes pelo contrário. Alteradas as condições subjectivas e objectivas serão os próprios cidadão a exigir mudança. 
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De Sarin a 26.01.2019 às 00:26

Não me atrevo a chamar-lhe desencanto, Júlio - alguns, será, mas muitos é laxismo, alheamento, ter-mais-que-fazer-ismo...


Por isso refuto o chamarem-lhe abstenção. É absentismo, é falta mais do que dúvida ou desencanto.


Ainda que sejam os cidadãos a pedir a mudança, acontecimento raríssimo na história, como os levar a escolher tal regime em detrimento de outros?


E repito a questão: como lidará um despotismo esclarecido com a contestação, com a insurgência?
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 01:06

Um despotismo esclarecido como o vejo não agrava as condições de vida das populações, antes pelo contrário.Por outro lado fica em curso uma transformação das mentalidades. Há uma aproximação ao poder e não um afastamento. Por isso não há razão para tumultos. Cada um vai ocupando na sociedade um lugar cada vez mais confortável.
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De Sarin a 26.01.2019 às 01:12

Inerente à vontade individual, há sempre razão para tumultos - ser esclarecido não significa seguir as mesmas ideologias ou defender as mesmas políticas. Ser não esclarecido, ainda menos.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 12:21

Sarin,a maior parte da malta não vota porque não se revê em nenhum partido. É uma posição legítima embora haja por aí umas aves raras que pensam em tornar o voto obrigatório.Isso seria um ataque à consciência e à liberdade.
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De Sarin a 26.01.2019 às 12:25

Não o podes afirmar, Júlio. Supões que a malta não vota por isso; no meu círculo familiar de amigos e conhecidos, os que não se revêem em nenhum partido votam branco e alguns nulo para evitar reutilização abusiva do boletim; aqueles que não votam, que não põem lá os pés, fazem-no porque se estão nas tintas e não querem saber.




Por isso digo que abstenção não deveria ser confundida com absentismo. 
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 12:55

Sarin, absentismoé uma palavra tua e não existe no léxico eleitoral.O que existe é abstenção, votos válidos, nulos ou em branco. Não vejo diferença substancial entre o voto branco ou nulo e o ausente (abstenção). Mesmo que não cumpra a formalidade de ir à assembleia de voto  a minha abstenção é ainda valorada como mais forte que o branco ou o nulo pois é um acto de protesto contra os partidos econtra o próprio sistema.Fui claro?
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De Anónimo a 26.01.2019 às 13:32

O facto de não existir no léxico eleitoral não significa que não devesse discutir-se a sua existência [repara que no comentário explicito que é uma opinião, "por isso digo (...) que não deveria ser (...)"]. E é exactamente este um dos objectivos do projecto, discutir o que encontramos errado e o que entendemos estar certo nos fundamentos do nosso Estado.
Esta questão da abstenção, além de importante, não está claramente definida no próprio regime eleitoral - tanto não está que suscita discussões a politólogos e comentadores políticos. Quando se fala de abstenção, está normalmente a pensar-se nos que não comparecem às urnas, até tu dizes "as pessoas não votam" - quem vota em branco, vota!, e passa uma mensagem política. Para a qual, infelizmente, não há leitura política, e talvez exactamente devido a esta pouca clarificação do que é abstenção.
https://www.publico.pt/2017/09/29/politica/opiniao/abstencao-um-problema-com-solucao-1787047
https://observador.pt/2018/10/19/estudo-revela-que-portugal-e-dos-paises-da-ue-onde-a-abstencao-cresceu-ja-identificou-as-causas-agora-pede-solucoes/


Assumires que a tua opinião é um facto não é um bom ponto de partida; e chamar aves raras a quem discorda não será a melhor abordagem.



Sobre a questão do voto, falaremos melhor  quando chegarmos ao regime Eleitoral. Apenas te relembro que votar é um direito, escrito e consagrado. Não votar é meramente uma opção.
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De Sarin a 26.01.2019 às 13:34

a anónima sou eu, Sarin
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De Anónimo a 26.01.2019 às 16:40

Chamei aves raras a um ,felizmente, pequeno grupo que quer tornar o voto obrigatório.Não sabia que te incluis nesse grupo porque sempre te vi como uma defensora da liberdade. Eu quero ser livre para votar ou não. Não aceito coacções.Tornar ou não significante ou voto em branco ou anulo é com cada um, mas depende do sistema valorizá-lo ou não. Não me parece que tenha tentado impôr a minha opinião a quem quer que seja. Só a defendi. Posso ou não?
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De Sarin a 26.01.2019 às 16:52

Não sabias e continuas a não saber, pois não considero a questão assim tão simples - como, aliás, já escrevi noutro postal.


Esteja ou não esteja incluída nesse grupo, seja este pouco significativo ou não, chamar ave rara a quem de ti discorda não promove o diálogo. Não se trata de impor opinião, trata-se de menosprezar a opinião dos outros. Claro que podes menosprezar a opinião do outro; tal como o outro pode considerar que não vale a pena discutir com quem não respeita ideias diferentes, mas será isso que pretendes? Penso que não.


Porque "depende do sistema valorizá-lo", ao voto em branco ou ao voto nulo, e porque é exactamente o sistema que discutimos, é que devemos questionar o significado do que está escrito na Constituição, no Código Civil, na legislação que nos rege. Para que todos leiamos o mesmo, e a partir daí possamos agir como cidadãos de pleno direito.
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De Anónimo a 26.01.2019 às 22:26

Gosto de chamar as coisas pelo seu nome.Quem defende a obrigatoriedade do voto, desculpa, mas não merece o meu respeito. Tornar o voto obrigatório não se resume a uma questão de opinião mais ou menos inócua.É violentar, repito,a consciência e a liberdade dos cidadãos.Quem se abstém conhece as consequências desse acto: tem que aceitar a escolha dos outros.Ponto final. Obrigar-me a votar? Era o que faltava!
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 22:30

Parece que estão a boicotar a minha Identidade.Mas aqui vai de novo por extenso: José Júlio Rosa Farinha
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De Sarin a 26.01.2019 às 22:37

Podes ter a opinião que quiseres e não respeitares quem entenderes que o não merece.
Não tens, não tens mesmo!, o direito de desrespeitar quem discorda da tua opinião. É um dos princípios que defendemos neste blogue.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 22:53

Sarin não me intimidam os teus acessos de inflexibilidade nem as ameaças veladas. Ainda não percebeste que obrigar ao voto é uma atitude e não uma opinião. Mas já que chamas a tudo opinião faço uma pergunta: respeitarás tu as opiniões de um fascista ou de um racista por exemplo? Porque é que a nossa Constituição proíbe estas "opiniões" e práticas? Tu respeita-las em nome da tua democracia?
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De Sarin a 26.01.2019 às 23:02

Não é uma questão de ameaça ou intimidação, é uma questão de princípios fundadores deste blogue. Que espero que percebas: não és obrigado a sentir respeito por ninguém, mas não podes desrespeitar quem discorda de ti. Não aqui. 
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De Anónimo a 26.01.2019 às 23:17

Não respondeste  às minhas perguntas.
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De Anónimo a 26.01.2019 às 23:19

Anónimo reidentificado
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De Sarin a 26.01.2019 às 23:31

Nem tenho que o fazer: se tinhas dúvidas ou discordavas dos princípios que regeram a criação deste grupo e deste projecto deverias ter questionado antes, não agora enquanto desrespeitas o que acordámos.


Sobre perguntas relacionadas com o postal, também não respondeste às que te coloquei, e presumi que ou não tenhas interesse em responder ou não saibas responder. Em qualquer dos casos, não responder é um direito teu, e por isso não insisti.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 23:40

"Aqui não".Espero que não te tornes numa candidata a déspota exaltada. Continuo a esperar resposta às perguntas que te fiz no comentário das 22:53. Também és livre de não responder como o sou eu de tirar as devidas ilações.
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De Sarin a 27.01.2019 às 08:32

Espero que respeites os princípios do grupo.
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De júlio farinha a 27.01.2019 às 11:00

Retiro as "aves raras" porque Sarin diz que é um insulto. Em seu lugar digo: um grupo restrito. Agora está bem?
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De Anónimo a 26.01.2019 às 22:15

O anónimochama-seJúlio Desculpem.
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De júlio farinha a 27.01.2019 às 11:15

Não há que ser calculista. O Estado que se defende continua a ser soberano.E desde que se cumpram os tratados internacionais e a Carta da ONU nada há a temer.
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De Anónimo a 25.01.2019 às 17:59


Júlio, confesse. Inspira-o a República de Platão
Um Governo aristocrático
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 00:01

Não anda longe, caro anónimo. Só é pena que Platão não dê quase nenhuma importância às artes.
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De cheia a 25.01.2019 às 20:31

Para mim é utópico. O regime republicano continua  a ser o melhor. Infelizmente, ultimamente, não têm aparecido estadistas à altura dos desafios do nosso tempo.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 00:02

Em vez de utópico prefiro sonho.
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De naomedeemouvidos a 25.01.2019 às 22:00

Eu concordo com o Cheia, Júlio. Acho interessantíssima a sua reflexão, mas, não sei bem como seria encontrada essa “figura de  Estado” de que fala e como a reconheceríamos. Nem estou segura dessa tendência para acabar, uma vez “reposta a ordem”, por assim dizer. Mal comparado, é como pensarmos que é possível ter uma ditadura boa, que saia pelo próprio pé, uma vez arrumada a casa. Será possível? 
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 00:13

Confesso que já esperava que vissem no meu rasurado texto alguma analogia com ditadura. Ditadura é quando se governa à revelia do povo e contra ele. Tinhamos que arranjar mecanismos de protecção contra eventuais veleidades reaccionárias sobre os cidadãos assim como um órgão consultivo de "vigilância" iluminada. Também não me repugna a ideia de referendos sobre assuntos respeitantes a questões decisivas do Estado.
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De naomedeemouvidos a 26.01.2019 às 10:27

Eu percebi, daí o mal-comparado. Esses mecanismos de que fala exigem uma maturidade e um "amor" à causa pública que parece perdido há muito. Como os resgatamos? E é aqui que nos podemos sucumbir à tentação de eleger um ditador (ou próximo), para "restabelecer" uma certa ordem, como acreditam alguns.
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 12:13

Há em Portugal muita gente boa e capaz que devido às circusntâncias  ou porpersonalidade não tem apetência pelo poder. Mas há momentos na História em que emergem.Veja o caso do 25 de Abril. Os melhore foram seduzidos pela generosa e entusiástica circunstância e mesmo com erros fizeram- se coisas importantes. Esses momentos são cíclicos e nunca se sabe para quando será o próximo.Temos que estar preparados e preparar os mais impreparados.
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De Anónimo a 26.01.2019 às 12:16

Nisso, estamos totalmente de acordo, Júlio. E também acredito que essa emergência se agiganta a passos largos. 
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 12:23

Já somos doisa apostar no inevitável. Venham mais cinco.
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De naomedeemouvidos a 26.01.2019 às 17:12

O anónimo das 12:16 sou eu...
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De mami a 26.01.2019 às 08:12

não sei se ajuda ao debate mas cá em casa funcionamos assim 
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 12:03

Faz parte de uma vida boa rirmos com coisas sérias sem que isso signifique negligência. Ria sempre Mami mesmo que nos apeteça chorar. 
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De mami a 26.01.2019 às 12:14

neste sentido, importa esclarecer que não é meu o poder absoluto, mas sim o da cria de 13 meses que me tiraniza! 
estou a preparar uma resolva, pacífica, para daqui a sensivelmente 17 anos ;) 


tentei aligeirar, nunca retirar importância a assuntos já muito negligenciados! 
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 12:40

Quanto ao tiranozinho,um conselho.Deve ensinar-lhe urgentemente a palavra não. Senão,Mami, está condenada ao degredo. Um amigo disse-me que são os pais que estragam os filhos.Sei que não será o seu caso, mas acaulete-se.Amar os filhos implica também disciplina.De pequenino é que se torce o pepino. Diz quem criou quatro e nem tudo tem sido ou foi pacífico.
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De mami a 26.01.2019 às 12:44

a minha tiranazinha tem escuta seletiva.
conhece muito bem a palavra não, que faz questão de desafiar constantemente!
um amorzinho  
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De júlio farinha a 26.01.2019 às 13:05

Tem que ser assertiva.Não é não.Não pode recuar.

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Não falamos da actualidade, do acontecimento. Nem opinamos sobre uma notícia.

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